Início » Blog » As inteligências artificiais vão substituir as pessoas!
Foto do Rafael pensativo, com a logo da inteligência artificial ChatGPT ao lado e o seguinte texto: Seria o fum do trabalho humano? As IAs vão roubar seu emprego?

As inteligências artificiais vão substituir as pessoas!

Avatar de Rafael Monteiro
, ,

Áudio transcrição ao final desse artigo.

O título é sensacionalista mesmo, e eu fiz questão de construí-lo assim para despertar seu interesse. Se eu tivesse escolhido algo como “As IAs e as pessoas”, talvez você não tivesse chegado até aqui. É por isso que afirmo: não, as inteligências artificiais não vão substituir as pessoas. Exatamente porque nenhuma IA conseguiria pensar nessa sutileza de mexer com o seu emocional para te fazer chegar até este texto. Mas vou me aprofundar um pouco mais para que isso fique ainda mais claro.

As inteligências artificiais funcionam prevendo a próxima palavra, baseadas em uma projeção de previsibilidade a partir dos comandos que recebem. Contudo, elas desconsideram contextos históricos, sociais e culturais.

IAs não são criativas. Humanos são.

Elas não são criativas, porque a criatividade é um conceito amplo, fruto das experiências humanas. O grande problema, e também o grande medo, não está na IA substituir as pessoas, mas sim nas pessoas começarem a se comportar como as IAs — sem a capacidade de prever a próxima palavra de forma criativa.

Trabalhando com clientes e colaboradores da agência há mais de 10 anos, vejo uma quantidade quase sobre-humana de informações diariamente. Nem todas confiáveis, claro, mas sempre ao nosso alcance.

Isso está mudando o nosso comportamento. Me arrisco a dizer que é quase uma autodefesa do cérebro, que tenta lidar com o excesso de informações. São tantos estímulos que, em certo momento, ele simplesmente “diz”: peraí, já estou processando coisa demais, não vou me aprofundar nisso agora!

E o que observo são pessoas cada vez mais rasas, sem conteúdo, com vontade de serem mais robôs do que as próprias inteligências artificiais. Preferem consumir besteirol sem nenhum valor cognitivo a se engajar com conteúdos que desafiem a mente.

Geramos mais de 2,5 quintilhões de dados diariamente

Segundo a FindStack, produzimos cerca de 2,5 quintilhões de bytes de dados todos os dias. Nem tudo é possível de absorver. Para ilustrar, faço uma analogia com a epidemia da obesidade: o que é mais palatável, rápido e fácil de consumir sempre será mais aceito. O mesmo acontece com conteúdos curtos e rasos, que proporcionam uma sensação parecida com a dos alimentos ultraprocessados.

Estamos falando de uma geração viciada em dopamina, numa busca desenfreada por gratificação instantânea, como podemos ver em um artigo do GE sobre alimentos ultraprocessados: Veja o que acontece com o corpo quando você consome ultraprocessados.

O ponto aqui é que o problema não são os robôs, mas as pessoas que estão se robotizando. Olhe a quantidade de conteúdos irrelevantes no Instagram, TikTok, ou até mesmo na TV aberta. As pessoas têm medo de serem substituídas por máquinas porque estão se comportando como máquinas, sem a capacidade de processar informações como elas. Aí, meu irmão ou minha irmã, fica realmente complicado.

Se você não é um robô, basta não se comportar como um.

O antídoto para isso é simples: não se comporte como um robô. A internet, em sua essência, também foi vista como algo perigoso e desafiador. Hoje, não vivemos sem ela. O mesmo acontecerá com as IAs. Elas não podem substituir a leveza de algo criado de humano para humano. Não carregam medos, frustrações, alegrias, traços culturais ou o impacto de um dia quente no Rio de Janeiro.

Use as inteligências artificiais para encurtar o tempo que você gastaria buscando dados ou referências, mas lembre-se: quem alimenta a base de dados das IAs são pessoas, e pessoas falham. Ou pior, falham propositalmente. As fake news já chegaram (ou chegarão) às IAs, então cuidado. Checar informações em fontes confiáveis, administradas por pessoas idôneas, será mais necessário do que nunca.

Um dia vamos olhar para trás e rir disso tudo

Aqui na agência, ainda enfrentamos resistência no uso coerente das IAs. As pessoas têm medo. Um dia, lendo esse texto, isso será até engraçado. Mas vejo que esse medo, muitas vezes, vem de fraquezas que poderiam ser superadas com mais estudo, dedicação e análise dos fatos.

Nenhum robô vai acordar num dia ruim precisando se superar para realizar um sonho. Nenhuma marca vai substituir a malemolência de uma pessoa que cria conteúdos ótimos e interage de forma brilhante por uma resposta fria de um prompt. Algumas até vão tentar, mas a correção de rota pode ser dolorosa para essas empresas.

No mais, quero que pessoas leiam este texto e me chamem para tomar um chope. O ChatGPT nunca vai sentar numa mesa de bar!

Gostou do texto? Você pode se interessar também por: Agência de marketing ainda é necessária na era das IAs?

Avatar de Rafael Monteiro

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *